O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (14) o envio de armamentos avançados à Ucrânia, incluindo mísseis de defesa aérea Patriot, e ameaçou aplicar sanções econômicas secundárias a países que continuarem comprando exportações russas, caso Moscou não aceite um acordo de paz em até 50 dias. A medida representa uma mudança significativa na política externa norte-americana em relação ao conflito, sinalizando maior pressão contra o governo de Vladimir Putin.
Durante uma reunião com o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, na Casa Branca, Trump afirmou estar decepcionado com Putin e prometeu acelerar o fornecimento de armas para aliados da aliança, que por sua vez repassariam parte dos equipamentos à Ucrânia. Países como Alemanha, Reino Unido, Suécia, Noruega, Finlândia, Dinamarca, Canadá e Holanda manifestaram apoio à iniciativa.
Além dos armamentos, o presidente norte-americano ameaçou aplicar tarifas de até 100% sobre produtos russos e sanções secundárias contra países que comprarem petróleo ou outros bens da Rússia, medida que pode impactar diretamente grandes compradores como China e Índia. Investidores russos reagiram com alívio à concessão do prazo de 50 dias, o que permitiu leve recuperação do rublo e alta nos mercados financeiros locais.
Apesar da mudança de postura, analistas e autoridades ucranianas demonstraram cautela quanto à real intenção de Trump. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se reuniu com o enviado especial norte-americano Keith Kellogg para discutir os próximos passos rumo à paz e à ampliação das defesas aéreas do país.
Internamente, Zelensky anunciou ainda a substituição do primeiro-ministro Denys Shmyhal por sua vice, Yulia Svyrydenko, uma economista com histórico de negociações estratégicas com Washington. A mudança busca reforçar o diálogo com os Estados Unidos e intensificar a cooperação em temas como produção conjunta de armamentos e exploração de minerais críticos.
O anúncio ocorre em meio a novos ataques aéreos russos e à frustração pública com a falta de avanços nas negociações. Desde o início da invasão em fevereiro de 2022, a Rússia mantém o controle de cerca de 20% do território ucraniano e avança lentamente na região leste do país.
Com informações da Reuters.