O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira a retirada do país do Conselho de Direitos Humanos da ONU e a suspensão do financiamento à Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA). A decisão, oficializada por meio de decretos assinados na Casa Branca, reflete a política “América Primeiro”, que prioriza interesses internos em detrimento do apoio a organismos multilaterais.

O Conselho, criado em 2006 e sediado em Genebra, é composto por 47 países eleitos para mandatos de três anos. Os EUA já haviam se retirado do órgão durante o primeiro mandato de Trump, medida revertida por Joe Biden em 2021. A nova retirada sinaliza um aceno político ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com quem Trump se reuniu no mesmo dia.
Além disso, Trump reiterou sua proposta de remover palestinos da Faixa de Gaza, gerando críticas de organizações de direitos humanos que classificam a sugestão como indício de limpeza étnica. O corte de verbas à UNRWA ocorre em meio ao rompimento de Israel com a agência, resultando no fechamento do escritório da organização em Jerusalém Oriental, área considerada parte da Cisjordânia pela lei internacional, mas reivindicada por Israel como parte de seu território.
A decisão de Trump também impacta a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), alvo de críticas de aliados do presidente, incluindo Elon Musk, à frente do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (Doge). O órgão é responsável por financiar programas humanitários em mais de 100 países, incluindo iniciativas da ONU voltadas à promoção dos direitos humanos.