A Venezuela libertou dez cidadãos americanos detidos no país em troca da repatriação de 252 migrantes venezuelanos presos em El Salvador. Os venezuelanos, deportados dos EUA em março, estavam detidos no Centro de Confinamento de Terroristas (Cecot), onde relataram condições precárias, espancamentos e falta de comunicação. Muitos deles, apesar das acusações de ligação com a gangue Tren de Aragua, não tinham provas concretas contra si e alguns viviam legalmente nos EUA sem acesso a processo judicial adequado.
Além dos americanos libertados, o governo de Nicolás Maduro soltou um número não especificado de presos políticos venezuelanos, em negociação intermediada pelo presidente salvadorenho Nayib Bukele e o ex-presidente espanhol José Luis Rodríguez Zapatero. Entre os libertados americanos estão ex-militares e civis, como Lucas Hunter e Wilbert Castañeda, considerados presos políticos por Washington, que acusa Caracas de usar essas detenções como instrumento político.
Apesar da troca, não há sinais de que as sanções econômicas dos EUA contra a Venezuela serão suspensas, nem de retomada das relações diplomáticas oficiais entre os países. O episódio expõe tensões geopolíticas e desafios humanitários envolvendo direitos humanos, imigração e segurança na América Latina.
Com informações do g1 e Folha SP.