A crise humanitária na Faixa de Gaza atingiu um novo patamar de gravidade neste final de semana, com relatos de ao menos 105 palestinos mortos e centenas de feridos durante ações de distribuição de ajuda humanitária. Os episódios ocorreram entre sábado (19) e domingo (20) em diferentes pontos do território, enquanto multidões famintas aguardavam caminhões com alimentos fornecidos por organizações internacionais.

No sábado, 32 civis foram mortos e mais de 100 ficaram feridos perto de centros de distribuição no sul de Gaza, administrados pela Gaza Humanitarian Foundation (GHF), entidade apoiada por Israel e pelos Estados Unidos. Testemunhas afirmam que os disparos partiram de tropas israelenses e atingiram até jovens e adolescentes desarmados, a cerca de um quilômetro dos postos de entrega.

No domingo, outros 73 palestinos perderam a vida em circunstâncias semelhantes, principalmente no norte do território. As vítimas estavam reunidas em um ponto de distribuição mantido pela ONU. Não está claro se os disparos vieram exclusivamente de soldados israelenses ou se gangues armadas também estiveram envolvidas, mas testemunhos locais apontam novamente para a ação direta de militares.

As forças armadas de Israel alegam que os tiros foram de advertência, disparados após a multidão ignorar ordens de recuo. No entanto, imagens divulgadas por agências humanitárias e relatos médicos contradizem a versão oficial, reforçando as denúncias de ataques diretos a civis.

Os incidentes acentuam o colapso humanitário em Gaza, onde mais de dois milhões de pessoas enfrentam risco iminente de fome, agravado por bloqueios e operações militares desde o início do conflito, em outubro do ano passado.

Com informações do g1 e Veja.