Agrobiodiversidade focada na Agroecologia | O Democrata

Os impactos sociais, culturais e ambientais decorrentes dos modelos de agricultura implantados tendo foco apenas na viabilidade econômica, trazem muitas perdas para todo o sistema em que vivemos como a conseqüente aceleração de perda da biodiversidade local, contaminação de solos e águas, desmatamentos e queimadas, e a desistência de famílias inteiras deixando o campo migrando para trabalhos na cidade. Somando a esses efeitos o uso inadequado dos recursos naturais, a escassez de recursos hídricos, a erosão dos solos e a tão falada emissão de gases de efeito estufa, com o agravamento do aquecimento global.

Nesse contexto é importante deixar claro a importância da troca que ocorre quando existe uma comunidade local que trabalha priorizando a diversidade de cultivos, a transmissão de saberes e tradições. Portanto, o manejo da agrobiodiversidade focado na agroecologia precisam de apoio de políticas públicas agroambientais, para que esse sistema tenha respaldo e para que sejam estudadas e colocadas em práticas ações que visem a conservação e uso sustentável da biodiversidade local.

Conceitualmente falando a diversidade biológica também se refere à multiplicidade e ao equilíbrio dinâmico entre ecossistemas, de espécies vivas adequadas às realidades diferentes e ligadas à sustentabilidade ambiental da região onde se encontram. A agricultura familiar, indígena e de subsistência incorporam valores culturais, sociais e econômicos, promovendo o manejo sustentável dos recursos locais. É preciso voltar os olhares para esse tipo de agricultura, que em geral, carece de apoio e de maneiras viáveis para escoar sua produção.

Quando se fala de agrobiodiversidade é preciso pensar em três níveis de complexidade em relação à biodiversidade, são eles: diversidade entre espécies, dentro de espécies e de ecossistema. E as intervenções humanas são fundamentais para a compreensão das diversidades de acordo com as práticas de manejo agroecológico empregadas, e difundidas em saberes relacionados aos usos culinários, das festividades e em movimentos culturais ligados à alimentação e informação dos procedimentos com seus cultivos. Já que a agroecologia pode ser interpretada como o estudo das funções e interações do saber local, dos recursos naturais e dos agroecossistemas, com a noção de sustentabilidade baseada em ações socialmente justas, ecologicamente corretas e economicamente viáveis.

Para que exista uma real adoção de princípios voltados a agroecologia, é necessário ter ações voltadas à conservação do uso sustentável visando a segurança alimentar da população, com estímulos às pesquisas dirigidas à agricultura familiar agroecológica, resgatando as tradições, saberes e multiplicação de programas que incluam os agricultores locais, de um modo que seja possível sua participação e que traga reais avanços para melhoria do conhecimento e trabalho em geral.

Curiosidade: a palavra “agricultura” vem do latim, composta pelos termos “agru” que significa “terra cultivada ou cultivável” e “colere” (cultura), que corresponde a “cultivo”.

Silvia Hermida – Bióloga e Produtora Rural

Fonte: Gonçalves, L.M. ET. AL. “Agrobiodiversidade, Agroecologia e Soberania Alimentar: Considerações acerca da pandemia e o alimento sobre a mesa”. Anais do I Congresso Online Internacional de Sementes Crioulas e Agrobiodiversidade. Dourados, Mato Grosso do Sul, 2020.

Toda quinta-feira os cidadãos de São Roque têm a oportunidade de interagir e adquirir produtos produzidos localmente com manejo agroecológico na Feira Agroecológica de São Roque, que ocorre na Av. 3 de Maio, 900 das 8h até as 12h. @feiraagroecosaoroque

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