Grampo na peruca e até o ano que vem | Cultura

Esta é minha última coluna do ano. Sobrevivi e sobrevivemos. Eu sei que muitos acreditam que São Roque é o mundo fantástico de Nárnia. Mas não é. Refletimos no micro a realidade do macro de nosso país. E foi em meio as nossas crises, inclusive a cultural, que vi artistas indo para a rua não com discurso politiqueiro, mas para fazer arte. Sem o paradoxo dos que sobem ao palco com nariz empinado e montam suas próprias confrarias esquecendo a importância do compartilhar e do incluir.

Minhas lembranças de 2017 serão de jovens como Diego Costa e Wesley Furquim que fizeram montagens teatrais e com um belo sinal obsceno com o dedo médio levantado mantiveram o que acreditam. Das vitórias da fanfarra Schoenacker. Dos violeiros levantando poeira e dos seresteiros apaixonantes. Da resistência dos corais Gerações e Vozes do Caldeirão para manterem viva a arte do cantar. A força do coro da terceira idade “Albertina de Castro”. Dos grupos teatrais estudantis que seguraram na unha seu cenário.

De boa gente, papo reto, fazer cultura sempre esteve nas mãos dos artistas. Se tivermos um palco estamos em casa, mas caso contrário, criaremos. Podemos até fazer a “revolução dos cravos”, mas não deixa de ser uma revolução. Nossa força e nossas armas são as palavras, canções, a escrita e ponta dos pinceis. Não deixaremos a peruca cair. Os grampos de cabelo estão renovados. Hasta la vista!

*A Revolução dos Cravos foi o movimento que derrubou o regime salazarista em Portugal, e ocorreu no ano de 1974.

Rogério Alves, maestro e produtor cultural

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