Palavras não escritas, sufocam. E, para não sufocar, a escritora manauense Myriam Scotti escreveu as 58 poesias que recheiam a obra “Mulheres Choram”.
Seu novo livro traz o encantamento típico de toda boa poesia, cujo tema central é o universo feminino plural. Entre os versos que representam a singularidade de cada mulher, Myriam relata a transformação da sensibilidade em força e poder… tal processo é comparado ao arco-íris após a chuva: ele não existe sem que a água escorra. É assim que a escritora empodera a sensibilidade, vista por tantos como algo negativo.
“Urgência”, “Desculpe-me”, “Segunda-feira”, “Amor embalado” e “Amor materno” são alguns exemplos dos títulos das poesias de Myriam. Cada palavra-chave dá o tom da produção: vezes mais delicadas e profundas, outras mais ásperas e pulsantes, mas sempre reais.
A escritora nasceu em Manaus, em 1981. Formou-se em direito pela Universidade Federal do Amazonas e exerceu a advocacia até o nascimento de seu primogênito. Das suas vivências com o filho, surgiram crônicas e histórias infantis, momento em que resolveu dedicar-se totalmente à escrita e publicar seus primeiros livros. Além de “Mulheres Choram”, Myriam é autora de outras obras como “O menino que só queria comer tomate” e “A língua que enlaça também fere”.
Confira um trecho da obra, que pode ser adquirida através do site da Editora Penalux, ou pelos sites Amazon.com e Estante Virtual:
“Como a chuva que cai p’ra limpar
Nuvens carregadas que se espremem
Tantas mulheres chovem p’ra vazar
O que um coração quebrado sente.
Pois que o choro nunca é fraqueza,
É natureza a cuidar do corpo,
Levando os rejeitos para longe,
Devolvendo o sorriso que se esconde.
Chuva que limpa céu torrencial,
Lágrimas que lavam a alma triste,
Aliviam dor exponencial,
Sem levar em conta dor que persiste.
Desafio se há mulher que chova
Sem transbordar angustia qu’insiste.” (Mulheres Chovem, pág. 26)