Imagine-se recebendo uma mensagem de uma das maiores empresas globais solicitando a sua presença. O império que represente o maior bilionário do mundo suplicando a sua atenção e te chamando de hora em hora.

Bastaram poucos dias sem utilizar a plataforma do Whatsapp para que uma enxurrada de mensagens se acumulasse em meu telefone e as notificações ultrapassassem a casa das dezenas de milhares. Impressionante poder desprezar mais de mil alertas por dia.

De repente, porém, uma mensagem chamou minha atenção: “Por favor, abra o Whatsapp para receber mensagens”. O aplicativo que está silenciado no meu celular por motivos óbvios driblou o sistema da Apple e emitiu aquele tradicional som de quando chega um SMS.

De hora em hora, inclusive de madrugada, eu passei a receber a mesma mensagem. Insistentemente, o aplicativo começou a suplicar minha presença. Muito interessante perceber que, sim, eu, insignificante ser humano entre milhões de usuários da plataforma fora notado.

E por que será que uma das mais poderosas empresas do mundo sentiu minha falta? Porque informação é atualmente o bem mais valioso do planeta. O aplicativo é gratuito, pois cruza e cria uma base de dados a partir de todos os usuários e gera informações valiosíssimas para publicidade, pesquisa e comportamento.

Assim, é de se esperar que a empresa tente manter todos os “clientes”. A meta de alcance global dessas ferramentas deve ser muito audaciosa e ver alguém abandonando o barco deve representar um mau sinal.

Assim, não é de se estranhar que o app tenha burlado o sistema do celular para mandar uma notificação com som para infernizar a madrugada. Como não pretendo sair definitivamente de todas as redes sociais, tive o trabalho de abrir e fechar o aplicativo para parar o incômodo e minha qualidade de vida está melhor. Sem as ferramentas sociais da internet, sinto-me cada dia mais em paz.