Vingadores 3 “ah não, espera… é a Liga da Justiça” | Cultura

Não é de hoje que o filme de super-heróis vem nos cansando. Desde que a Marvel foi comprada pela Disney, os filmes desse gênero tem se tornado cada vez menos interessantes. Após a conclusão da trilogia Batman de Christopher Nolan, a DC Comics parece ter seguido pelo mesmo caminho. Em Liga da Justiça, vemos mais uma vez a mesma fórmula previsível e sem conteúdo.

Qualquer filme em que as cenas pós créditos sejam melhores do que todo conteúdo exibido até o momento, sofre de sérios problemas. No entanto, não me surpreendi. Tendo em vista os rumos que os filmes da DC haviam tomado desde O Homem de Aço e Batman vs Superman (não, também não achei Mulher Maravilha grande coisa), não poderia esperar outro resultado.

O filme leva a assinatura de Joss Weldon (Vingadores), que assumiu o projeto após o afastamento de Zack Snyder, que não pôde dar continuidade aos seus trabalhos, devido ao suicídio de sua filha adotiva Autumn Snyder (20 anos), em março de 2017.

Há quem diga que o resultado desastroso do blockbuster se deva ao afastamento de Snyder, mas eu discordo. O filme possui um roteiro terrível, com direito a piadas ruins, tramas previsíveis e pitadas de politicamente correto. Muitos expectadores queixaram-se do efeito de computador utilizado para disfarçar o bigode do ator Henry Cavill (não estou brincando, isso aconteceu mesmo), mas afirmo para você, que esse detalhe me incomodou muito menos do que a capa digital e o enchimento de cueca usados pelo Batman, vivido pelo sofrível Bem Affleck, que insiste em ser engraçado durante todo o filme. No entanto, a maior decepção com o filme foi a escolha do vilão, o tal do Lobo da Estepe. Em um filme cujo o vilão poderia ser Darkseid, Lex Luthor, Brainiac ou tantos outros, por que escolher logo esse “senhor” como o primeiro inimigo a ser enfrentado pela Liga da Justiça? Como fã de quadrinhos, em especial a DC Comics, confesso que fiquei profundamente desapontado.

Mas tentemos salvar alguma coisa. É justo que reconheçamos a bela atuação de Gal Gadot como a Mulher Maravilha, J K Simons, que surpreende no papel de comissário Gordon, o sempre elegante Jeremy Irons, na pele do mordomo Alfred e o jovem ator Ray Fisher, que convence como Ciborgue. A trilha sonora foi bastante acertada.

Enfim, após sair da sessão de Liga da Justiça com a sensação de ter assistido ao Vingadores 3, comecei a me perguntar até que ponto a falta de tato com os filmes de super-heróis é realmente acidental. Ainda não tenho uma resposta definitiva.

Zé Gaó
Cineasta

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