Casarão do Barão de Piratininga recebeu Dom Pedro II em 1846
Casa do Barão de Piratininga na rua XV de Novembro e abaixo o antigo prédio da Prefeitura de São Roque. Em 1957, parte do imóvel abrigava a Padaria e Confeitaria Americana

O Arquivo Vivo publica a terceira reportagem seguida envolvendo o Casarão, na verdade, dois casarões históricos na região da Praça da Matriz de São Roque demolidos no início da década de 1970. Desta vez, a solar do Barão de Piratininga (Antonio Joaquim da Rosa, 1821/1886) na rua XV de Novembro, nº 02 (atual Casas Pernambucanas).

Na edição passada, o centenário arquivo do Jornal O Democrata mostrou a agonia do prédio vizinho que abrigou a Prefeitura de São Roque na esquina da XV de Novembro com a Praça da Matriz, que após ruir deu espaço para o início da segunda pista da Avenida João Pessoa. Os dois imóveis chegaram a ser tombados – para que fossem preservados – conforme decreto-lei 149 de 15 de agosto de 1969 publicado no Diário Oficial pelo Governo do Estado. No entanto, o projeto não saiu do papel e as duas construções, sem os devidos cuidados, não resistiram ao tempo.

“A Cruz de Cedro” é um dos principais romances do Barão de Piratininga. Reprodução do exemplar editado pelo Correio Paulistano (1901), obra também foi publicada pela editora de Monteiro Lobato

O Democrata informou que a Secretaria de Turismo estava tomando todas as providências preliminares para entrar na posse dos prédios, “tendo iniciado entendimentos com o sr. Jamil Chad, atual proprietário do sobrado em que outrora residiu o Barão de Piratininga.” A ideia era construir o sonhado e até hoje aguardado Museu Barão de Piratininga.

Segundo o historiados Paulo da Silveira Santos, o prédio construído em 1840 na parte térrea abrigava a Loja Grande sendo um dos mais importantes de São Roque por receber encontros sociais e políticos. Ali residiu uma família que durante décadas dominou a política da cidade e recebeu o Imperador Dom Pedro II em 1846. Foi uma visita curta, a comitiva real chegou à noite e foi embora de manhã, mas fundamental para o futuro Barão de Piratininga. Na ocasião, Antonio Joaquim da Rosa tinha 25 anos de idade e o imperador apenas 20 anos. Dom Pedro II o condecorou com os títulos de Cavalheiro da Ordem de Cristo (1846) e Oficial a Ordem da Rosa (1855) e Barão de Piratininga (1872).

O Democrata sempre preservou a memória do Barão de Piratininga publicando inúmeras vezes a biografia do ilustre são-roquense. Em 03/10/1959 estampou em primeira página

Por mais que a figura do Barão de Piratininga possa parecer distante dos dias atuais é dever do são-roquense lembrar a trajetória deste político (vereador, presidente da Câmara de São Roque e deputado), escritor, comerciante e um dos investidores para a criação da Estrada de Ferro Sorocabana. Chegou a presidir por alguns dias a Província de São Paulo (a mudança para Estado ocorre com a Proclamação da República). Como escritor as principais obras são “A Cruz de Cedro”, “A Feiticeira” e “A Assassina” sendo patrono da Cadeira 19 da Academia Paulista de Letras. Na Praça da Matriz tem um busto em sua homenagem e apesar da extensa biografia pediu para que no seu túmulo fosse gravado no mármore apenas a data de falecimento e a palavra “Ninguém”.

Barão de Piratininga (Antonio Joaquim da Rosa) nos traços do ilustrador Belmonte. Foto reprodução

Vander Luiz

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