Gengibre desde Confúcio até os dias atuais | O Democrata

O Gengibre (Zingiber officinale) é utilizado para temperar a comida, e também em usos medicinais desde Confúcio. No Século I antes de Cristo, em Roma, já se fazia uso do Gengibre para temperar os molhos de carnes e frangos. Raiz de origem asiática, seu caule de sabor picante e forte é usado na culinária e no preparo de medicamentos. Quando jovem, o gengibre é tenro e doce, com sabor picante. Quando mais velho, é mais ardente e fibroso. Na culinária asiática, caribenha e africana, ele é usado em  guisados, sopas, saladas, picles, temperos, marinadas, entre outros. O gengibre fresco é usado em pratos apimentados, quando cristalizado é usado em pães, bolos e biscoitos, ou ainda como confeito. Se usado em pó, tem seu sabor picante mais acentuado e é muito empregado em fabricação industrial de bolos, pães e temperos prontos. São muito empregados como flavorizantes de alimentos industrializados, e até de bebidas como ginger ale.

O seu uso terapêutico é muito popular e é resultado da ação de várias substâncias, especialmente do óleo essencial que contém canfeno, felandreno, zingibereno e zingerona. Os banhos e compressas quentes de gengibre são indicados para auxiliar no alívio de sintomas de gota, artrite, coluna, diminui a congestão nasal e as cólicas menstruais. Na medicina Ayurvédica, o gengibre é conhecido como medicamento universal. Por ter ação bactericida, também é desintoxicante e quando seu óleo é utilizado para massagear o abdome, provoca calor ao corpo agindo na circulação sanguínea, e auxilia no tratamento da disfunção erétil. A OMS (Organização Mundial da Saúde) já reconheceu a ação dessa planta sobre o sistema digestivo, tornando-a indicada para evitar enjôos e náuseas. Locutores e cantores costumam mastigar pedaços de gengibre para tratar as cordas vocais.

Os portugueses trouxeram essa planta para o Brasil, e hoje ela é cultivada principalmente no Espírito Santo, em Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O pé de gengibre pode atingir mais de 1 metro de altura, e suas folhas nascem a partir de um caule subterrâneo grosso e rugozo chamado rizoma. Na culinária brasileira ele é indispensável no tradicional quentão, bebida forte e alcoólica preparada nas festas juninas. Na região norte do Brasil ele é também conhecido como mangarataia ou mangaratiá.

A obesidade pode ser auxiliada com eficácia pelo gengibre, pois é um potente termogênico, e com o aumento da temperatura corporal, acelera o metabolismo e o consumo de gordura. Além de tempero, é muito usado como chá, elaborado com pedaços de sua haste, fervida em água, costuma combater gripes, tosses e resfriados.

Mesmo com tantas indicações de uso, é preciso ficar atento às contra indicações, pois, quem tem cálculos biliares só pode usar com orientação médica. Mulheres grávidas não devem usar o gengibre.

Se você quer cultivar o gengibre, precisa ter um canteiro com solo úmido, bem drenado e com clima temperado ou subtropical. As sementes do gengibre ou segmentos do rizoma precisam ser cortados de modo que cada segmento tenha um ou dois brotos. Para usar o gengibre fresco, os rizomas devem ser desenterrados no fim do verão ou início do outono. Se pretender secar, desenterre apenas após dez meses do plantio.

Silvia Hermida – Bióloga e Produtora Rural

Fonte: Palharim, L. H.C. ET. AL. “Estudo sobre Gengibre na Medicina Popular”. Revista Cientifica Eletrônica de Agronomia, ISSN: 1677-0293, 2008.

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