
Quando você ouve falar em reutilização e reciclagem, o que vem primeiro a sua mente? Mesmo sendo bastante conhecidos, ainda existem muitas dúvidas acerca das diferenças desses conceitos. Precisamos lembrar que mesmo sendo diferentes, esses dois processos são muito importantes para a sustentabilidade e conservação do meio ambiente.
Quando prolongamos a vida útil dos resíduos quer seja pela reutilização ou reciclagem, o papel essencial de redução no consumo de matéria prima e energia para a produção de novos produtos é cumprida. Pois a reciclagem consiste na separação e recuperação de materiais usados e descartados, que podem ser transformados novamente em matéria prima e incorporados novamente no processo produtivo. O que era considerado lixo, é transformado e volta como um novo produto para a casa das pessoas. Na natureza, demoraria anos e anos para se decompor. Essa ação simples pode trazer uma série de benefícios. Separando os materiais recicláveis (plásticos e metais, por exemplo) de nosso lixo e enviando-os para a reciclagem, ajudamos a diminuir a quantidade de resíduos que vão parar nos lixões e geramos renda para várias pessoas, além de contribuirmos para a diminuição da demanda por matéria-prima.
Já a Reutilização é o uso de um produto por mais de uma vez, independentemente de ser na mesma função ou não. Ele éusado para outros fins como forma de combater o desperdício. Sabe aquele papel usado? Pode virar bloco de rascunho. Ao reaproveitar materiais, colaboramos com a gestão do lixo, já que daremos outra função para os resíduos em vez de descartá-los, o que também contribuirá na redução da exploração de recursos naturais.

A alimentação também pode ser reciclada e reaproveitada, certas partes dos alimentos que você costuma descartar podem ser usadas em outros preparos e te beneficiar com as vitaminas, sais minerais e proteínas concentradas que seriam descartadas no lixo. Por exemplo:
- Pão velho: a famosa rabanada é feita com pão “amanhecido ou dormido”. A receita é simples: molhe o pão velho numa mistura de ovo com leite. Depois, frite-o até ficar douradinho. A farinha de rosca é o resultado do pão duro moído no liquidificador.
- Tomate: as pontas do tomate que, geralmente, você tira e joga fora, têm utilidade também. Se batidas com um pouco de água e extrato de tomate, podem virar um saboroso molho.
- Casca de abóbora: rica em fibras, vitamina C e carotenóides, que é um nutriente que ajuda a prevenir doenças cardíacas e câncer.
- Casca de banana: rica em vitaminas A, C e do complexo B e fósforo, um mineral que atua no metabolismo auxiliando na ativação das vitaminas do complexo B. Por isso, fortalece ossos e dentes.
- Talo de brócolis: o alimento contém muita vitamina C e A e é utilizado em recheios. A vitamina A, por exemplo, diminui os riscos de inflamações na pele.
- Talo de couve: trata-se de um nutriente que auxilia no controle da pressão do sangue, na formação dos nervos e previne câimbras. E tem mais: pode se tornar um delicioso purê, creme e até mesmo requeijão.
- Folha de beterraba: acredita que essa folha 17 vezes mais vitamina C do que a polpa da laranja? Por isso, aumenta bem as defesas do organismo, auxiliando na prevenção e no combate de infecções como a gripe.
- Semente de abóbora: cheia de fibras, proteínas, potássio e lipídios. As fibras melhoram o funcionamento do intestino. Suas gorduras insaturadas são uma boa para prevenir contra doenças cardiovasculares.

Segundo dados do Instituto Akatu, o Brasil é o quarto maior produtor de alimentos do mundo. Sem a devida educação ambiental e pouca informação nutricional, o desperdício das sobras de alimentos atinge um terço da produção total. Vai tudo para o lixo! Ser sustentável é também combater o desperdício e reutilizar os alimentos corretamente, além de fazer bem para seu organismo, faz bem para a economia familiar e para o meio ambiente.
Sempre que possível consuma alimentos agroecológicos ou orgânicos, pois são alimentos de origem vegetal ou animal provenientes de sistemas que promovem o uso sustentável dos recursos naturais, produzindo alimentos livres de contaminantes, que protegem a biodiversidade e contribuem para a criação de trabalho e ao mesmo tempo, respeitam e aperfeiçoam os saberes e formas de produção tradicionais.
Silvia Hermida – Bióloga e Produtora Rural
Fonte: https://www.akatu.org.br/
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