Carnaval: Dias quentes exigem mais cuidados com a hidratação

O ano de 2023 foi o mais quente da história do planeta, segundo dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM). No Brasil, a média das temperaturas ficou em 24,92ºC, sendo 0,69°C acima da média histórica de 1991/2020, que é de 24,23°C.

De acordo com levantamento do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Brasil enfrentou nove episódios de ondas de calor no ano passado, reflexo dos impactos do fenômeno El Niño. Dos 12 meses de 2023, nove tiveram temperatura acima da média histórica.

Beba água, mesmo sem sede

Os dados reforçam a necessidade dos cuidados com a saúde e também com o hábito de beber água regularmente; especialmente no verão em que os dias são mais quentes e o organismo perde líquidos e sais minerais com mais facilidade. Foliões também precisam ficar atentos para não desidratar na maratona de blocos e bailes de Carnaval.

“Apesar do nosso corpo ser composto por 70% de água, a hidratação é fundamental para recuperar os líquidos perdidos através do suor, da urina e da respiração”, explica a biomédica Valéria Avanzi, doutora em Medicina Interna pela UFPR e membro do Conselho Regional de Biomedicina do Paraná 6ª Região (CRBM6).

Outra recomendação da especialista é tomar água em pequenas quantidades ao longo do dia, mesmo sem estar com sede. “A sensação de sede acontece quando o organismo já está em processo de desidratação e isso deve ser evitado”.

Quantidade ideal para homens e mulheres

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a quantidade ideal para o consumo diário de água é de 2,5 litros para um homem de 70 kg e 2,2 litros para uma mulher de 58 kg. Crianças e idosos são mais suscetíveis à desidratação e insolação. Por isso, o cuidado com esse público deve ser redobrado, especialmente no verão.

Segundo o Ministério da Saúde, os idosos precisam ter ainda mais atenção com a hidratação. Pessoas com mais de 60 anos sofrem uma diminuição do número e da sensibilidade de receptores corporais que controlam a sede. Sem perceber, eles sentem menos vontade de beber água, mas o corpo continua necessitando de uma boa quantidade de líquidos para que todo o organismo funcione bem.

Funções da água no organismo

A água atua como um elemento vital para o corpo humano e todas as células do organismo. Entre suas diversas funções, ajuda no transporte de nutrientes e detritos celulares, que resultam dos processos metabólicos.

A água também auxilia no transporte de hormônios, enzimas e células sanguíneas; ajuda a dissolver substâncias e promover reações químicas; elimina toxinas através da urina; lubrifica as articulações; regula a temperatura do organismo e é essencial para todos os processos fisiológicos: digestão, absorção, assimilação e excreção.

Benefícios de uma boa hidratação

Segundo a biomédica, quando o corpo está hidratado, o volume de sangue aumenta e melhora a circulação. Beber água ao longo do dia evita que o organismo retenha sódio e cause inchaços.

“A água ajuda a dar força aos músculos, auxilia na limpeza dos pulmões e para que os rins fiquem saudáveis. Também deixa a pele bonita, contribui para o bom humor e o raciocínio eficiente e a ingestão de água está relacionada com uma melhora no desempenho de atividades intelectuais”, observa Valéria Avanzi.

Sinais de desidratação

Além da quantidade diária recomendada pela OMS, em dias muito quentes é preciso ficar atento aos possíveis sintomas de desidratação. Boca seca, pele mais ressecada, sensação de fraqueza, fadiga ou tontura indicam que é necessário consumir mais água e de maneira fracionada ao longo do dia.

Quem pratica esportes deve se hidratar antes, durante e depois do exercício. “Pessoas com enfermidades pré-existentes – como diabetes, problemas cardíacos, doenças renais e respiratórias crônicas (como a asma, por exemplo), além de distúrbios metabólicos (como na tireóide) e doenças neurológicas – necessitam ainda mais atenção em dias muito quentes, porque a falta de água pode afetar seu bem-estar físico e mental”, pontua a representante do CRBM6.

Evite o reuso das garrafas pet

A reutilização de uma garrafa plástica faz com que a qualidade da água armazenada comece a se deteriorar com o tempo, especialmente quando exposta ao calor ou ao sol. Da mesma forma, o plástico também se desgasta e pode liberar algumas partículas.

Embora seja ambientalmente correto, essa reutilização pode trazer danos à saúde. “Algumas garrafas de plástico podem conter substâncias químicas, como bisfenol A (BPA) e ftalatos, que podem ser liberadas na água e serem potencialmente ingeridas. Essas substâncias podem desencadear problemas de saúde a longo prazo, como câncer e distúrbios hormonais”, alerta Valéria.

Além disso, reutilizar garrafas de água – de qualquer tipo – exige um cuidado com a limpeza. Segundo a biomédica, isso acontece porque as garrafas por si são propensas à formação de colônias de bactérias e microrganismos que podem ser nocivos à saúde.

Segundo um estudo da Water Filter Guru, uma garrafa de água que não recebe a higiene adequada pode ser mais suja do que um assento de vaso sanitário. “As garrafas de água de plástico não são produzidas com o intuito de serem lavadas, fazendo com que a higiene adequada delas seja quase impossível. O ideal é substituir a garrafa de água de plástico por uma garrafa de vidro”, enfatiza a biomédica.

Sobre o CRBM6

O Conselho Regional de Biomedicina do Paraná 6ª Região (CRBM6) é uma Autarquia Federal com jurisdição no Estado do Paraná.

A entidade é formada por mais de 5.000 profissionais. A sede fica em Curitiba e as delegacias regionais estão em Campo Mourão, Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, União da Vitória, Guarapuava, Umuarama, Guaíra e Ponta Grossa.

Os biomédicos atuam em mais de 30 atividades ligadas à saúde tais como acupuntura, análises clínica e ambiental, bromatológicas [avalia a qualidade dos alimentos], auditoria, banco de sangue, biofísica, biologia molecular, bioquímica, citologia oncótica, embriologia, estética, farmacologia, fisiologia, genética, hematologia, histologia, imunologia, imagenologia, informática da saúde, microbiologia, microbiologia de alimentos, monitoramento neurofisiológico transoperatório, parasitologia, patologia, perfusão, psicobiologia, radiologia, reprodução humana, sanitarista, saúde pública, toxicologia, virologia e outras áreas.

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