Em três meses, o total de óbitos mundiais provocados pela pandemia de COVID-19 já é maior do que a de H1N1, ocorrida em 2009 e que durou 16 meses.
Em 26 de fevereiro deste ano, o primeiro caso de coronavírus no país foi registrado em São Paulo. Um mês depois, o estado já registrou 1052 casos e 78 mortes. No mundo inteiro, mais de meio milhão de pessoas já foram infectadas e, pelos números da OMS (Organização Mundial da Saúde), foram 14.652 casos fatais pelo novo vírus, enquanto a “gripe suína” matou um total de 18.449 durante um período maior de surto, demonstrando que há maior percentual de letalidade em números absolutos do novo coronavírus.
A comparação entre as duas pandemias é usada como forma de minimizar os impactos que a COVID-19 tem causado. sE analisarmos os dados existentes até agora no país, o número de óbitos represa menos de 2% no total de casos. Entretanto, o vírus H1N1um vírus mais próximo de outros que já circulavam na população, e era conhecido há algum tempo, o que possibilitou a criação de uma vacina.
O início de ambos os surtos também foi diferente. O COVID-19 iniciou na China, no final do ano passado e se espalhou rapidamente por todos os continentes em menos de menos de 2 meses, logo no inicio desse ano. Já a H1N1 se originou no México em março e abril de 2009 e se espalhou para mais de 75 países em três meses.
“Tem alguns elementos que ajudam [o coronavírus a ser mais letal]. A gente conhece [a H1N1] há mais tempo. Já havia antivirais — Tamiflu e Relenza — para Influenza. Já havia uma unidade residual de imunidade para quem fora submetido à gripe. Por isso, a menor letalidade dos casos de H1N1. Quando existe uma população vacinada regularmente para Influenza, tem algum efeito também, porque há uma semelhança ao vírus que já corria. O quadro tende a ser mais brando por tudo isso”, afirmou para site Uol, o infectologista Edmilson Migowski, professor em doenças infecciosas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).