As bolsas europeias registraram forte queda nesta segunda-feira (7), atingindo o menor nível em 16 meses, pressionadas pelo temor de recessão global após o novo pacote tarifário anunciado pelos Estados Unidos. O índice pan-europeu STOXX 600 recuou 5,8%, enquanto o DAX, da Alemanha, caiu 6,6%, com destaque para as perdas do Commerzbank (-10,7%) e Deutsche Bank (-10%).

O impacto foi ainda mais severo no setor de defesa: a Rheinmetall, fabricante de tanques, despencou 23,7%, liderando as perdas no índice. Outras companhias do segmento, como Hensoldt e Renk, também sofreram quedas entre 17% e 21%.

O movimento reflete a crescente preocupação dos investidores com o agravamento das tensões comerciais, especialmente após a China anunciar retaliações ao pacote tarifário imposto por Donald Trump. Em resposta, os mercados asiáticos também abriram em forte baixa: o Nikkei 225, no Japão, caiu quase 8%, e o índice chinês CSI300 recuou mais de 5%. O yuan atingiu seu menor valor desde janeiro.

Com a instabilidade, traders passaram a revisar suas projeções para a política monetária europeia, apostando que o Banco Central Europeu (BCE) reduzirá ainda mais os juros até dezembro, com a taxa de depósito estimada agora em 1,70%.

Apesar do colapso nos mercados globais, o presidente dos EUA, Donald Trump, manteve postura firme, afirmando que as tarifas estão trazendo “dezenas de bilhões de dólares” ao país e seriam a única forma eficaz de combater os déficits comerciais com a China, União Europeia e outros parceiros.

A postura de Trump acirra o clima de incerteza nos mercados e amplia a pressão sobre os bancos centrais globais, que podem ser forçados a adotar medidas emergenciais para conter os impactos econômicos da escalada protecionista.