O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (27) que Donald Trump se comprometeu a negociar rapidamente um acordo para suspender as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A declaração foi feita durante entrevista coletiva na Malásia, após o primeiro encontro formal entre os dois líderes.
Segundo Lula, o republicano “garantiu que haverá um acordo” e que a solução deve ocorrer “mais rápido do que muita gente pensa”. Novas rodadas de negociação estão previstas para acontecer em Washington nas próximas semanas.
Durante a reunião, Lula pediu a suspensão das sanções aplicadas pelos EUA a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a autoridades de seu governo, classificando as punições como “infundadas e baseadas em informações erradas”. Trump, de acordo com Lula, teria ficado “surpreso” ao saber que as medidas atingiram até familiares de autoridades, como a filha do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O presidente brasileiro também defendeu a legitimidade do julgamento que condenou Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, destacando que as decisões do STF foram “sérias e baseadas em provas contundentes”.
Além de temas comerciais e políticos, Lula se colocou à disposição para atuar como mediador entre Estados Unidos e Venezuela, ressaltando que a América do Sul “deve permanecer uma zona de paz”.
O encontro entre Lula e Trump ocorreu durante a 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), parte da viagem do brasileiro à Indonésia e à Malásia para ampliar relações comerciais e diversificar rotas de exportação.
A delegação que acompanha Lula inclui ministros de áreas estratégicas e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçando o peso político e econômico da missão.

