O ex-cirurgião francês Joel Le Scouarnec foi condenado a 20 anos de prisão por estuprar e abusar sexualmente de 299 pacientes, muitos deles crianças sob efeito de anestesia. O julgamento, realizado em Vannes, na França, é considerado o maior caso de abuso infantil já julgado no país.

Os crimes ocorreram ao longo de 25 anos em hospitais públicos do oeste francês, escancarando falhas graves no sistema de saúde em detectar e interromper os abusos. A juíza Aude Buresi classificou os atos como “um ponto cego do mundo médico” e destacou a vulnerabilidade das vítimas. Le Scouarnec já cumpria pena de 15 anos por outros crimes semelhantes cometidos contra uma vizinha, duas sobrinhas e uma paciente de 4 anos.
Apesar da gravidade, a legislação francesa não permite prisão perpétua nesse tipo de caso. A sentença inclui a proibição definitiva do exercício da medicina, contato com menores e registro como agressor sexual. Durante o julgamento, o médico reconheceu os atos e disse ter consciência dos danos irreparáveis causados às vítimas.
A condenação ocorre em meio a uma série de denúncias envolvendo crimes sexuais no país, reacendendo o debate sobre penas mais duras e responsabilização de instituições que falharam em proteger os pacientes. Uma nova investigação busca apurar se houve omissão por parte de autoridades e gestores hospitalares.
Com informações da Reuters.