O oficial de Justiça e cronista Jayme Alvarez de Oliveira faleceu na semana passada, no dia 7 de novembro, aos 91 anos. Nascido em 11 de fevereiro de 1931, em Dobrada próxima a Matão e 320 km de São Paulo, seu Jayme chegou em São Roque em 20 de outubro de 1952 e de imediato começou a trabalhar no Fórum de São Roque onde permaneceu até completar 70 anos.
Escrever sempre foi sua paixão e durante décadas colaborou com o jornal O Democrata passando para o papel as observações que fazia do cotidiano e seus personagens reais e fictícios e das atitudes que concordava ou não. Falou da morte de gente simples e folclórica como Dito Gavião (Benedito Rodrigues) e Cleverson que vagavam pelas ruas de São Roque. Imaginou o “Diário de aidético” e se colocou até como convidado em casamento da realeza britânica.
O Arquivo Vivo resgata algumas das publicações que foram estampadas nas páginas de O Democrata. Nem mesmo seu Jayme lembrava a data da primeira publicação apenas que começou na crônica social com o registro de um casamento. É provável que boa parte das crônicas seja dos anos 70, onde também são encontradas reportagens até mesmo esportivas. Destaque para o Miss Brasil 1985, quando a sua sobrinha carioca Márcia Gabrielle Canavezes de Oliveira foi eleita a mulher mais bonita do Brasil representando Mato Grosso.
Estudei com a sua filha Mônica na escola estadual Barão de Piratininga (Bairro do Cambará) e lia os textos do seu Jayme desde criança. Por isso, foi um momento especial a busca que fiz no arquivo do jornal O Democrata para a preparação desta coluna. Seu Jayme foi uma pessoa que me inspirou a seguir a carreira de jornalista e tive a oportunidade de falar isso pessoalmente.
Seu Jayme disse nesse mesmo dia que não era um desafio que fazia a Deus – “jamais teria essa coragem” – mas gostaria de morrer no dia 20 de outubro, data em que chegou a São Roque após morar no Rio de Janeiro. Na Cidade Maravilhosa viu muita gente famosa, inclusive um jovem camelô que se tornaria um dos maiores nomes da televisão. Ele mesmo, Silvio Santos que por sinal foi tema de uma das últimas crônicas publicadas em 12 de março de 2021 com o título. “Eu vou morrer nas proximidades do Silvio Santos”. Já bati na madeira três vezes.
Vander Luiz
