A Polícia Civil de São Paulo intensificou as operações contra a falsificação e adulteração de bebidas alcoólicas em meio ao aumento de casos de intoxicação por metanol no estado.
Depósito clandestino em Mogi das Cruzes
Nesta quinta-feira (2), equipes da Seccional de Mogi das Cruzes encontraram um galpão usado como depósito irregular, onde havia cerca de 20 mil garrafas organizadas por marca. Funcionários foram flagrados higienizando os recipientes, indício de preparo para novo envase.
Segundo depoimento do proprietário, as garrafas seriam enviadas para Passa Quatro (MG) para novo envase, possivelmente de forma irregular. A estrutura foi classificada pela polícia como “gigantesca”.
A fiscalização em São Paulo tem vistoriado em média 34 estabelecimentos por dia, incluindo bares e depósitos suspeitos. Nem todas as ações resultam em apreensões, mas com frequência são encontradas bebidas vencidas ou recipientes reutilizados.
Apreensões no Campo Limpo
Após denúncia anônima, policiais apreenderam 1,8 mil lacres e rótulos de bebidas nacionais e importadas em um endereço no Campo Limpo, Zona Sul da capital. Dois irmãos são investigados, e um deles já havia sido indiciado em 2022 por falsificação de bebidas.
A suspeita é que garrafas de marcas importadas eram adulteradas com líquidos mais baratos ou produzidos artesanalmente, recebendo tampas e lacres falsificados antes da venda. O caso foi registrado no 37º Distrito Policial como falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de bebidas.
Outras ações recentes
- Em Mogi das Cruzes, a polícia apreendeu 80 garrafas adulteradas em uma adega, cujos proprietários estão sob investigação.
- Em Americana, o Deic prendeu duas pessoas e apreendeu 17,7 mil bebidas.
- Em Barueri, foram apreendidas 128 mil garrafas de vodca lacradas, que aguardam apresentação de documentação.
- Entre os dias 29 e 30, o Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) apreendeu mais de 800 garrafas que foram encaminhadas para perícia.
Casos de intoxicação por metanol em SP
Até esta quarta-feira (1º), São Paulo registrou seis mortes suspeitas por intoxicação por metanol, sendo uma confirmada e cinco em investigação. No total, são 37 casos suspeitos em todo o estado, com dez confirmados e 27 em análise. A maioria das mortes ocorreu em São Bernardo do Campo, com quatro óbitos confirmados na cidade.

