O Núcleo Nacional dos Evangélicos do PT, liderado pelo pastor Oliver Costa Goiano, tem articulado estratégias para aproximar o partido do eleitorado evangélico. A meta é ambiciosa: ampliar em pelo menos 10% as intenções de voto desse segmento nas eleições de 2026, caso o presidente Lula opte pela reeleição.
Goiano, que coordena o grupo desde 2015, defende mudanças na comunicação do PT, com menos foco em pautas identitárias e mais atenção a temas econômicos e de segurança pública. Para ele, a chave está no engajamento com evangélicos moderados, especialmente mulheres negras da Assembleia de Deus — considerada a denominação com maior presença de fiéis negros no país.
O pastor tem dialogado com lideranças do partido, como o senador Humberto Costa (PT-PE) e a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), e cobra maior visibilidade para os evangélicos dentro da legenda. Também sugere que Lula intensifique sua presença em cultos e eventos religiosos, fortalecendo o vínculo direto com a base evangélica.
Outro ponto de destaque na estratégia é o uso de pastores como agentes de mediação em áreas dominadas pelo crime, dentro de um plano mais amplo de segurança pública. Goiano sustenta que a eficácia da política depende de diálogo com as igrejas, e que a comunicação deve ser adaptada para conectar melhor com os valores do público conservador.
Para ele, o futuro do PT passa pela reaproximação com as igrejas e por uma comunicação mais eficaz — não apenas estética, mas também ética.
