A agricultura é um ato de Fé – O Democrata

Ao realizar uma semeadura, o agricultor confia que haverá chuva na germinação, chuva no desenvolvimento, chuva na floração e a ausência dela na colheita. Acredita no bom funcionamento do maquinário e em preços justos para o produto. Com fé o agricultor aguarda enquanto trabalha, por tudo o que o setor representa em termos de suficiência alimentar e econômica para nosso país. Esperançoso de que venha a chuva nos momentos propícios para suas lavouras.

Semear a terra é mais que uma tarefa, é um voto de confiança no clima, no mercado, enfim, no imponderável. Mesmo em tempo de estiagem, com um cenário desolador, ainda se trabalha a terra. Afinal, quando olhamos para uma lavoura, não é visto apenas plantas sofrendo a falta de chuvas, e sim a preocupação de quem fez pesados investimentos em sementes e insumos de qualidade e, acima disso, dedicou dias e dias de trabalho árduo, de sol a sol. Cada agricultor cultiva sua fé de modo particular, e alguns se valem de orações a protetores das terras como o Santo Isidoro.

A oração de Santo Isidoro é conhecida por muitos agricultores:

“Ó Santo Isidoro, a vossa fé vos levava a esquecer o mundo para contemplar as belezas do Reino de Deus. Dando-vos em oração, os anjos completavam o vosso trabalho de agricultor. Abençoai-me, Santo Isidoro!

Abençoai a minha família, a minha terra, a minha horta, as minhas plantações, a minha criação. Pedi aos anjos que sustentem as minhas forças nas horas de cansaço. Abri os meus olhos e fazei-me ver, na semente que nasce, na flor que desabrocha, no fruto que amadurece, a força criadora de Deus onipotente.

Santo Isidoro, fortalecei a minha fé, dai-me gosto pela oração, para a minha piedade atraia as bênçãos de Deus e dos anjos do céu sobre o trabalho de minhas mãos e faça frutificar a minha plantação. Amém. Santo Isidoro, rogai por nós.”

Um fato curioso é a valorização do agricultor de tempos em tempos. Ela acontece em períodos de secas e inundações, guerras e pestes, incêndios e geadas, quando a agricultura é diretamente atingida. Gerando então a escassez dos produtos comestíveis. Nesse momento, todos se lembram que o agricultor é um profissional essencial.

Os agricultores vivem um ritmo próprio de trabalho, que exige paciência constante, sacrifício e dedicação. Pois, esperar o tempo certo para plantar e preparar a terra é fundamental para uma boa colheita. Separar os frutos bons dos frutos ruins é necessário para o sustento do lar do produtor rural, que vai oferecer o que há de melhor do seu trabalho na cidade. O homem do campo, portanto, é aquele que sempre olha além. E sendo religioso ou não, o agricultor é um trabalhador que exercita sua fé laboralmente, acreditando que o que foi semeado, irá se desenvolver, e que seus frutos serão colhidos, provendo seu sustento e dos demais.

Sempre que possível consuma alimentos agroecológicos ou orgânicos, pois são alimentos de origem vegetal ou animal provenientes de sistemas que promovem o uso sustentável dos recursos naturais, produzindo alimentos livres de contaminantes, que protegem a biodiversidade e contribuem para a criação de trabalho e ao mesmo tempo, respeitam e aperfeiçoam os saberes e formas de produção tradicionais.

Silvia Hermida – Bióloga e Produtora Rural

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