O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, negou ao STF nesta terça-feira (10) ter repassado dinheiro ao tenente-coronel Mauro Cid para financiar acampamentos em frente ao Quartel-General do Exército, após as eleições de 2022. O depoimento ocorre no contexto das investigações sobre uma possível trama golpista envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Braga Netto, Cid teria lhe pedido recursos sem detalhar o destino da verba. Ele afirmou ter orientado o militar a procurar o tesoureiro do PL, que recusou o pedido. “Eu disse: ‘então morre o assunto’. E o assunto morreu”, declarou o general, que está preso desde dezembro de 2024 por tentar obstruir investigações.
A versão diverge do relato de Mauro Cid, que disse ter recebido de Braga Netto uma sacola com dinheiro após a recusa do partido. O valor, segundo Cid, serviria para sustentar os acampamentos. A revelação, no entanto, não foi feita nos depoimentos iniciais à Polícia Federal e só surgiu após advertências da corporação sobre riscos à sua colaboração premiada.
A oitiva de Braga Netto ocorreu por videoconferência e integra a série de interrogatórios conduzidos pelo Supremo com os principais réus ligados ao suposto plano golpista pós-eleições. O caso segue em apuração.
Com informações da CNN Brasil.