Nossas conquistas estão se consolidando, minha amiga.

Muito mais do que tendência, o Direito das Mulheres e sua prática, para nós, são ramo especializado, técnico do Direito. E não poderia ser diferente. Somos donas-de-casa (com muito orgulho), empresárias, mães, professoras, advogadas, mas acima de tudo isso, somos mulheres.

Mulheres responsáveis pela educação dos filhos, pela conquista de espaço no mercado de trabalho, equilibristas de humores e emoções em nossa casa – os nossos próprios humores e emoções são postos de lado por filhos,
maridos e família.

No entanto, ganhamos menos, bem menos; exigem-nos comportamento delicado, suave mas também se exige que tenhamos força para levar qualquer peso; a certeza de educar bem nossos filhos, mesmo sozinhas; agressividade para nos destacarmos no mercado de trabalho e conquistarmos sempre mais. Pensemos nas mães solo, aquelas que não contam com uma rede de apoio estendida. Somos tudo isso. Tudo. E, muitas vezes, justificamos o injustificável, seja por amor, por medo, porque pensamos que não temos saída e temos, muitas.

Mas quando, finalmente, ousamos dizer que nem tudo está uma maravilha, que estamos cansadas, que queremos falar e sermos ouvidas, que percebemos a maledicência, a violência nas palavras e nos atos mais corriqueiros do dia a dia nos chamam de loucas, desequilibradas, fazedora de dramas.

Isto tudo não fica só em casa. Isto tudo é o mundo em que mulheres vivem e circulam. Este mundo compreende não só amor, a família, mas também a necessidade de proteção contra a indiferença, violência ou abuso. E um destes instrumentos pode ser o Direito, quando atento a estas particularidades.

Não à toa, escritórios e profissionais do Direito sentem a necessidade de se qualificar adequadamente para atendimento a mulheres, seus filhos, a partir da compreensão de sua especial condição.

Em São Paulo, já existem alguns escritórios voltados exclusivamente para este público; felizmente, nossa cidade também já pode contar com profissionais preparados para este público, porque nosso escritório chega com esta proposta para a região. Atuamos comprometidas não apenas com a excelência técnica, mas principalmente pelo acolhimento da mulher e seus filhos, bem como pela compreensão de que a advocacia só é expressão do Direito quando se humaniza e é exercida com cuidado personalizado.

Estamos juntas. Até a próxima coluna,

Julie Kohlmann Advogada. Doutoranda em Filosofia do Direito, Mestre em Direito Civil e especialista em Direito Penal. Associada ao Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM