Em 1995, a quilométrica espera pela duplicação da Raposo Tavares; Roque Paschoal delegado regional e erosão do Morro do Saboó – O Democrata

A duplicação da Rodovia Raposo Tavares é um assunto antigo e que finalmente caminha para a conclusão no trecho entre Vargem Grande Paulista, São Roque, Mairinque, Alumínio e Sorocaba. A estrada de rodagem, inicialmente entre São Paulo e São Roque, foi inaugurada em 26 de agosto de 1922 por Washington Luís, então presidente do Estado de São Paulo (cargo equivalente ao de governador).
Washington Luís, que tinha como slogan “governar é abrir estradas”, veio a São Roque de carro e voltou de trem após um fino jantar e um baile na sede da Prefeitura. Devido à importância da obra, o prefeito Attilio Caproni decretou que o Largo da Matriz passaria a se chamar “Praça Dr. Washington Luís”, homenagem que durou até a chegada de Getúlio Vargas à presidência do Brasil.

Pouco antes da concessão para a iniciativa privada, encontro de prefeitos, deputados e representantes das cidades cortadas pela Raposo

Gradativamente ampliada, passou a ser conhecida como Estrada São Paulo–Paraná. Em 1954, ganhou o nome de Rodovia Raposo Tavares. Algumas décadas depois, o tráfego aumentou consideravelmente e, devido às dificuldades para a duplicação — entre eles, o trecho de serra em São Roque —, a solução encontrada foi a construção da moderna Rodovia Castello Branco, inaugurada em 10 de novembro de 1968 com o nome de Rodovia do Oeste. Dessa maneira, São Roque seguiu sem a duplicação da Raposo e agora sem o acesso asfaltado à Castello Branco.

Após várias promessas de governadores, a Rodovia Lívio Tagliassachi foi inaugurada em janeiro de 1988, com autorização dada pelo governador Franco Montoro, em dezembro de 1985.

Nos anos 1990, o governo estadual iniciou o programa de concessão de rodovias, reacendendo a expectativa em São Roque pela duplicação da Raposo. Contudo, a tarefa se tornou ainda mais difícil: o tempo passou e as margens da rodovia foram ocupadas por bairros, exigindo mudanças no traçado em alguns trechos e criando dificuldades de mobilidade para milhares de pessoas dentro da própria cidade, que precisavam dar grandes voltas para acessar um retorno na rodovia.

Há 30 anos, pouco antes da concessão para a iniciativa privada, o jornal O Democrata destacou em sua primeira página na edição de 4 de fevereiro de 1995: “Prefeitos lutam pela duplicação da Raposo Tavares”
“Em um movimento iniciado pelo prefeito de São Roque, Wagner Nunes, foi criado no dia 27 de janeiro o Fórum Permanente para a Duplicação da Rodovia Raposo Tavares, na cidade de Sorocaba. Ficou acertado que, enquanto o Estado não dispõe de verbas para os investimentos, os quinze municípios cortados pela Raposo até Itapetininga devem solicitar, em regime de urgência, obras de segurança e melhorias no acesso. Em Vargem Grande, São Roque, Mairinque, Sorocaba e Itapetininga, o tráfego da rodovia se confunde com o sistema viário urbano. Na próxima reunião, pretendem agendar a participação do Secretário de Estado dos Transportes, Plínio Assmann”.

ROQUE PASCHOAL, SÃO-ROQUENSE É O NOVO DELEGADO REGIONAL
Na mesma edição, O Democrata informou que o delegado de polícia regional de Marília, Roque Francisco Paschoal, foi nomeado novo titular da Delegacia Regional de Sorocaba.

Em 1995, são-roquense Roque Paschoal nomeado Delegado Regional de Sorocaba

Roque Paschoal trazia consigo a experiência adquirida em trabalhos realizados em Sorocaba (como delegado plantonista) e como titular em Votorantim, Itu, Salto e Mairinque. Em reconhecimento aos seus serviços, recebeu o título de Cidadão Saltense em 1996.

O diretor de O Democrata, professor Élcio Roque Boccato, questionou o novo Delegado Regional sobre a falta de segurança que afligia São Roque e região. Paschoal respondeu: “Toda e qualquer atitude ou posição que nos leve a uma ótica dinâmica do serviço ou de reformulações será sempre tomada em favor da coletividade, atendendo aos seus anseios e justas reivindicações”.

Na juventude, Roque Paschoal destacou-se como goleiro do Clube Atlético Paulistano, conquistando o primeiro título municipal do Tricolor da Vila Aguiar em 1958. A reportagem também conta que Paschoal passou a infância e boa parte da juventude em São Roque, onde estudou, namorou e casou-se com Cleide Zandoná.

Roque Paschoal já é falecido. Dos campeões do Paulistano em 1958, apenas Zeca do Vulck, Bide e Paulista ainda estão vivos.

EROSÃO NO MORRO DO SABOÓ
Em 28 de janeiro de 1995, o suplemento Gazeta Rural do jornal O Democrata alertava: “Erosão está desfigurando o Morro do Saboó”

Ação predatória de pessoas causa erosão no Morro do Saboó. Suplemento Gazeta Rural no Jornal O Democrata (11/02/1995)

“Do acesso à Castello Branco, é possível ver uma mancha avermelhada que vai do topo até o sopé do Morro do Saboó, o mais importante referencial geográfico de São Roque. Trata-se de uma grande sangria aberta pelas chuvas, após um longo período de estiagem que durou cerca de cinco meses.”

“Observando mais atentamente, percebe-se que o Saboó sofre um processo de erosão múltipla. Em alguns pontos, a vegetação desapareceu completamente, revelando afloramentos de rochas cinzentas que deslizam na forma de pedras de diversos tamanhos. A ação predatória humana ao longo dos anos contribuiu para esse processo, intensificando os efeitos da seca e da chuva e abrindo uma grande fenda de cerca de 15 metros de largura”.

Vander Luiz

Jornal O Democrata São Roque

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