No último dia 15 de novembro celebramos o feriado que marca a Proclamação da República. Enquanto alguns relembram a data como um golpe militar engendrado por escravagistas contra a coroa do Império, outros aproveitam para fazer churrasco ou ir à praia.
Entre os mais abastados, um pulinho em Nova York (EUA) ou num mega resort em Sharm El-Sheikh, (Egito), de jatinho particular, melhor ainda! Claro que você não precisa ser dono da aeronave, só é necessário que um amigo lhe faça o favor de emprestar ou que você seja convidado para ministrar uma boa palestra para um convescote de democratas e liberais.
Mas, dessa vez, pequenos percalços atrapalharam o passeio das autoridades. Meia-dúzia de manés inconformados decidiram amolar os magnânimos com vídeos e palavras de indignação com os rumos da decadente democracia instaurada há 133 anos.
Entre eles, uma educada senhor que perguntou ao Ministro Gilmar Mendes, figura da mais alta corte judiciária brasileira: “O crime compensa, no Brasil?”. Com sorriso amarelo, veio a resposta: “Não sei”.
Bom… se ele não sabe, todos nós sabemos. Basta olhar a equipe com quase 300 nomes que farão parte dos grupos de transição do governo recém-eleito. São 19 nomes de condenados ou suspeitos por corrupção, além de ex-ministros e governadores afastados da vida política após escrutínio do voto popular.
Ah, meus caros, o crime no Brasil compensa, sim. Mas o título deste editorial não é sobre a questão levantada em Nova York, mas sobre o futuro do país que é bem previsível e não é muito diferente do que acontece por estas terras há mais de 500 anos. Triste história que eu sei.