Festas Juninas: religião, quermesses, arraiais, música e fartura de doces e salgados – O Democrata

As temperaturas caíram e o clima de festa junina marca presença. É tempo de celebrar Santo Antônio (13 de junho), São João (24) e São Pedro (29), dançar quadrilha, aquecer-se diante da fogueira e saborear canjica, paçoca, quentão, maçã do amor…

A festa junina teve origem em uma celebração pagã (diferente da religião dominante), que a Igreja Católica incorporou ao calendário religioso, mantendo também o lado profano (sem ligação espiritual). Com o crescimento de outras religiões no Brasil, a festa tornou-se cada vez mais popular e menos espiritual. Está relacionada ao solstício, momento em que um dos polos da Terra (Norte ou Sul) encontra-se o mais inclinado possível em direção ao Sol. No solstício de inverno, temos o dia mais curto e a noite mais longa do ano.

No Brasil, a tradição chegou no século XVI por influência dos portugueses e conhecida inicialmente como Festa Joanina (em homenagem a São João), mas passou a ser chamada de festa junina em referência aos outros santos populares do mês. A região Nordeste abriga as maiores comemorações, mas a festa está presente em todos os estados brasileiros. O centenário arquivo do jornal O Democrata permite resgatar publicações que retratam a festa em seus aspectos religiosos e profanos.

Em São Roque, há registros de festas juninas que se tornaram referência. A celebração de Santo Antônio na casa de Durcema Villaça Boccato (faleceu em 2022, aos 91 anos), na Praça da República. No Bairro do Marmeleiro, festança de São João, organizada por João de Candinha, único são-roquense a vencer a Corrida de Aleluia (em 1939). O comerciante Cid Marmelo (Alcides de Oliveira Pinto), falecido em 6 de junho de 2020, reunia amigos em seu sítio próximo ao acesso à Rodovia Castello Branco (Araçariguama). O arraial de Santo Antônio teve início em 1969 e seguiu até 1989, interrompida pela trágica morte de um filho de 18 anos, vítima de um acidente. A comemoração foi retomada dez anos depois e seguiu até ser novamente suspensa pela pandemia. Na época de seu falecimento, próximo ao dia do santo, Cid planejava ao menos erguer o mastro de Santo Antônio.

As festas juninas seguem como um dos maiores símbolos da cultura popular brasileira, misturando fé, alegria e tradição. Em São Roque, a herança se mantém viva, preservando memórias e fortalecendo os laços comunitários.

Vander Luiz

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